sábado, 13 de outubro de 2007

As eleições do PSD - impacto nacional e local

"As eleições directas no PSD - impacto nacional e local"

Uma boa questão.

As eleições directas no PSD já tiveram um impacto nacional: os partidos, em especial o seu baronato, já está com medo das directas. O que se compreende. O voto da diáspora, acrescido do das ilhas e sem esquecer o dos regedores, mete medo. Muito medo.
Para não serem uma caricatura de democracia, as directas só podem vingar com regras transparentes e definitivas. Desde logo, a universalidade do pagamento de quotas. Depois, a definição de uma data limite para o pagamento das mesmas - até quinze dias antes do acto eleitoral. O pagamento pessoal e intransmissível das mesmas. Por último, uma regra útil e higiénica - o atraso nas mesmas não pode superar os 24 meses seguidos ou 36 interpolados. Regras absolutamente normais num país civilizado.
O outro impacto nacional ainda não pode ser medido - o que significa a eleição de Menezes para o PSD e para Portugal. É a história dos melões. Vamos ver.

Quanto ao impacto local, pouco se pode dizer. Os resultados foram em linha com a tradição e a aritmética simplista (quando vista pelo prisma das últimas eleições internas no PSD). Tirar conclusões locais sobre eleições nacionais é um erro. Alguns pretendem ver nestes resultados um cartão amarelo ou vermelho à C.P.C. Não se consegue, a mesma dividiu-se nos apoios: Alguns que sempre (ou quase) alinharam com o grupo de Paulo Ramalho desta vez estiveram com o outro lado e vice-versa. O mesmo aconteceu nos que apoiaram JFVC - sendo certo que a grande maioria esteve com Menezes. Para complicar ainda mais essa matemática, a diferença de votos não foi idêntica entre as listas a congresso e os candidatos à presidência.

Só um dado se manteve, o auto afastamento de Bragança Fernandes. Um clássico.


Fernando Moreira de Sá

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